sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Frio de Inverno


Tenho saudades do frio de Inverno, da chuva, dos dias passados em frente à lareira a beber chocolate quente e a ler ou a ouvir música.
Ainda me lembro das nossas tardes junto à lareira, abraçados e a planear o nosso suposto futuro. Agora, olha para nós, ou para o que resta de nós e só consigo ver um passado, longínquo.
Assim que o inverno terminou, partiste, como se tivesses obrigatoriamente que regressar a um outro lugar, com um alguém à lareira esperando por ti.
Não me deste explicações dessa tua partida, também preferi não as pedir para ficar com a ilusão que ias, mas voltavas.
Já passou a Primavera, o Outono está a voltar e de ti, nem uma notícia. Estou ansiosa que chegue o Inverno porque, como todas as mulheres iludidas, espero que voltes para reviver de novo os dias passados à lareira, abraçados e a beber chocolate quente que eu preparava enquanto tu fazias o lume.
Se não voltares este Inverno não sei se vou sobreviver. A casa está a ficar gelada, a cama fria mas, a tua almofada continua no mesmo sítio, todos os dias a cheiro mas já não te sinto lá, tem apenas um ou dois cabelos teus que não me atrevo a tirar.
Não espero que percebas o que estou a escrever, é apenas uma consequência do desespero de pensar que não voltas. Sempre foste assim, imprevisível, e se voltares, sei que voltas igual, também já me habituei. Exigia sempre demais de ti, só depois reparei que os homens são umas eternas crianças e não conseguem acompanhar o ponto de vista das mulheres. Nunca gostaste destas minhas reflexões, ouvias e calavas, eu é que não fui inteligente o suficiente para perceber que deverias estar farto e que o nosso amor não iria resistir à seca do Verão e iria tornar-se num deserto.
Não vou contar os dias que faltam para ouvir a chuva a bater na janela do quarto porque sei que vou ter medo de estar sozinha. Se decidires regressar, estarei aqui, à tua espera pronta para te amar e te proteger do frio do inverno para que ele não te gele o coração.
E, na noite antes do Inverno acabar, ficaremos os dois, à lareira a ouvir o “will you still love me tomorrow”.

2 comentários:

  1. Há aventuras que vale a pena começar e esta tua prendeu-me...
    A chuva nunca bate dois anos iguais nos vidros da janela....

    Beijo e força!

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  2. gosto da maneira como escreves. e quanto a esse amor, se for realmente forte e se ele sentir o que tu sentes por ele, ele voltará!

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