sábado, 12 de setembro de 2009

A estrada ainda é longa...


Vou-me embora, meu amor, já há muito que não respiro o ar do teu suspiro.
Quis ser teimosa, quis lutar por um amor que não sobreviveu e se foi desgastando com o tempo.
Chegou a hora, sinto isso. Tenho a certeza que é este o momento porque das outras vezes apenas me tentava convencer que era o momento e agora mais do que pensar que é, sinto.
Não guardo rancor, arrependimento nem raiva, levo no coração todas as nossas boas recordações.
Seguis-te outro caminho já há bem mais tempo do que eu, porque talvez o teu amor se tenha evaporado mais rapidamente.
Mas, sei que enquanto estivemos juntos foi um grande amor, como aqueles fogos que vem o vento e os torna mais ardentes e não como aqueles fogos em que vem um pouco de vento e apaga tudo. Apenas têm uma coisa em comum, ficaram as cinzas.
Tudo o que o teu amor ardente podia arder em mim, já ardeu, não tenho mais nada que me faça amar-te perdidamente como outrora.
Fico feliz por estares bem e não odeio essa outra pessoa que dizes fazer-te feliz. Sei que também o fazia, mas não pude escolher sozinha.
Apenas quero que estejas bem e sim, tenho alguns últimos pedidos a fazer-te. Não sei se já os fazes ou se algum dia os farás mas é apenas a consequência da tua ausência em mim.
Não peço que me recordes todas as noites ao adormecer, nem todas as manhãs ao acordar: só quero que te lembres de mim no dia dos teus anos, no dia dos meus anos e daquela tarde de Inverno em que nem o frio nos gelava o coração e, se tremíamos, não era de frio, era de felicidade, de acreditarmos que naquele momento éramos capazes de conquistar o mundo inteiro.
Já não te amo, mas ainda gosto de ti, já não adormeço todos os dias a pensar em ti mas sou incapaz de ouvir aquelas músicas e não me lembrar de todas as nossas tardes, das nossas poucas noites, dos nossos Verões na praia abraçados a olhar para o mar e a desejar que a vida fosse só aquilo.
Guarda-me no teu coração, não com um sentimento de amor mas sim, de carinho e amizade porque, mais que eternos amantes, seremos sempre eternos amigos.
Agradeço-te agora, pois percebi que foi bom teres ido primeiro. Deus quis mais sofrimento, mais angústia em mim, mas, simplesmente para me fazer crescer: que o que é hoje amanhã pode ou não ser.
Valeu a pena meu amor, hoje sou mais forte e graças a ti.
E, por mais que um segundo, aceito a minha derrota, perdi-te. Mas saberei sempre que o nosso amor foi verdade.
A estrada ainda é longa, sozinha, ou não...

2 comentários:

  1. "A estrada ainda é longa"...e é essa estrada que te vai conduzir a outros amores...
    É estranho quando achamos que a nossa vida é alguém e, depois, esse alguém se desvanece como algodão doce na boca de uma criança. Mais estranho ainda é saber para onde vão todos os amores que o foram um dia.
    Mas a vida é um desafio e sem mistérios não o seria...
    Boa sorte para esse teu novo rumo!
    Bjs

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  2. Elena, não me faças chorar, sua parva!

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